OBS.: Só uma coisa deu errada, e eu coloquei por último aqui no relato.
1. DEU CERTO: DECORAÇÃO Casar na quaresma tem suas particularidades. A igreja não se enche de flor na quaresma, é tempo de reflexão e penitencia. Mesmo que haja uma exceção para casamentos ou solenidades a decoração precisa ser bem discreta. Mas o terceiro domingo da quaresma aceita uma certa animação esse era o domingo 6 dias antes do meu casamento. O padre sabendo disso avisou pra moça que faz os arranjos da igreja que ela deixasse lá os arranjos se eles estivessem em bom estado. O que o padre não sabia é que nessa paróquia para onde ele agora seria transferido a pessoa dos arranjos era justamente a minha madrinha de crisma! Quando ela soube ela mesma se ofereceu pra até por mais flores no sábado e foi logo avisando pra minha mãe, que já se dispôs a pagar pelas flores. Foi uns 200 reais de flor, bem pouca porque realmente não podia ter muita coisa, mas deu certinho. Ela também pôs um tapete verde que já tinha na igreja e colocou uma boa toalha na mesa. E assim foi feita uma decoração simples, feita por minha própria madrinha que não me cobrou nada. Quando o plano era casar em salvador eu já tinha em mente pedir para a própria pessoa que arruma a paróquia fazer os arranjos, já que seria realmente algo discreto, e eu pagaria por fora. E fica aqui uma dica: tem empresas que cobram caríssimo pra decorar igreja em casamento, mas praticamente toda igreja já tem aquela pessoa certa que arruma arranjos e ela pode saber arrumar pra casamento por um preço muito menor. É só parar pra pensar... toda semana tem arranjos lindíssimos na missa, certo? Se tem o arranjo é porque tem alguém que faz!
2. DEU CERTO: FAZER MEU PRÓPRIO VESTIDO E O NOIVO NÃO USAR TERNO
sim, eu costurei meu próprio vestido de noiva e essa foi a melhor escolha pra mim. Eu decidi costurar eu mesma porque não estava achando aqui algo que fizesse sentido pra mim. Queria algo fofo, com cara de casamento e não de vestido comum (especialmente porque eu já visto muito branco, sério as cores que eu mais uso são branco e off, e eu não queria que parecesse só mais um vestido dos muitos brancos que eu uso), e queria que se adequasse ao contexto que a gente estava planejando: apenas nós, o padre, os pais e as testemunhas. Em outras palavras, eu queria: Vestido com cara de noiva, mas com cara de noiva do religioso e não do civil, e com cara de casamento discreto, não cheio de pompas.
Pesquisei uns modelos no pinterest e no aliexpress e escolhi fazer um modelo tubinho midi, com a frente plissadinha e tal... mas gente, eu acabei de fazer o vestido e detestei em mim. Ficou marcando a barriga, os culotes... não gostei. Acabei de fazer e disse: nem à pau! Eu costurei tomara-que-caia para usar com uma faixa de ombro à ombro como vocês podem ver nas fotos à baixo.
Mas como eu realmente não me senti bem eu primeiro pensei em descosturar e ajeitar uns detalhes da costura que melhorariam o caimento, mas depois pensei que era melhor fazer outro mesmo. Fui na loja, comprei outro tecido e fiz outro vestido. O tecido que usei foi cetim bucol, aqui em salvador ficou por 15... 16 reais o metro mais ou menos. E eu costurei numa máquina doméstica, sem overloc (lembrem que o casamento era pra ter 6 pessoas...) E foi aí que mudei a modelagem.
3. DEU CERTO: MÚSICA
O padre me mandou mensagem no whatsapp e perguntou... "porque não pede pra Reginaldo tocar umas duas músicas pra ficar mais bonito?" O tal Reginaldo era o rapaz que já toca na missa mesmo e que tem um vozeirão. Eu falei com ele e ele na verdade até tinha um dueto com uma outra moça que também toca na igreja e eles já tinham até repertório de casamento e o Reginaldo super topou, me deu uma lista de sugestões do que tocar e no dia do casamento eu agradeci por ter pedido pra ele tocar e decidi pagar pelo serviço maravilhoso.
4. DEU CERTO: A LISTA DE CONVIDADOS
Pois bem, é aqui que a coisa começa a sair da linha. Nada em nenhum dos meus casamentos teve a licença poética de ser minimamente normal, rsrsrsrs. Quando minha mãe ficou sabendo que o casamento seria lá mesmo, do lado da casa dela, ela correu pra falar com o padre que ela achava errado não chamar ninguém porque algumas pessoas não poderiam ir no casamento maior, que seria depois, pois seria em outra cidade e porque seria meio de semana. Ela e o padre me ligaram e perguntaram se eles poderiam avisar aos conhecidos, e eu disse: tudo bem, mas digam que não é nada grandioso!!! Eles avisaram a todo mundo e o resultado é que em coisa de 15 dias, porque essa conversa deles foi bem uns 15 dias antes da cerimônia, eles convidaram Deus e o mundo e no dia da cerimônia religiosa eu cheguei na igreja e tinha umas 80 pessoas, rsrsrsrs. Eu conheço muita gente e meus pais conhecem praticamente todo mundo que eu conheço, do mesmo jeito que eu conheço quase todo mundo que meus pais conhecem. E como eu fui coroinha a adolescência toda o padre conhece todos os meus amigos. Pois bem, foi assim que estavam lá meus amigos da pastoral da juventude, os meus vizinhos na cidade, os meus vizinhos na roça, os amigos de meus pais... Eu só não iria chamar porque pra chamar gente eu achava que tinha que fazer uma estrutura melhor, mas aprendi uma coisa: O preço do casamento na igreja independe do seu número de convidados. E como todos foram avisados de que seria algo simples, todos foram prontos para algo simples.
5. DEU CERTO: TER COMO CELEBRANTE O PADRE QUE ME CONHECE DESDE PEQUENA
Talvez isso seja muito difícil para algumas pessoas, mas ter um celebrante que conhece sua história faz toda diferença. O padre que celebrou meu casamento me conhece desde criança. Foi lindo: o noivo chorou, o padre chorou, eu chorei, meus pais choraram... foi uma choradeira retada na igreja, mas foi lindo e muito abençoado.
6. DEU CERTO: BUFFET
Aí aqui vem mais uma dose de surpresa. Ficou certo de que meu noivo se arrumaria na casa de meus pais e eu deixaria pra me arrumar na casa de minha tia, só pra ele ter a surpresa de me ver de noiva na igreja... Mas passamos o dia juntos na casa de minha mãe e limpamos a casa porque depois da celebração iríamos jantar (eu, meu noivo, meus pais, uma tia, meu irmão e minha cunhada, apenas as pessoas de dentro de casa mesmo). minha mãe assou um peru, fez um arroz e preparou uma salada e era isso. Saí pra me arrumar na casa de minha tia umas 15:30 mais ou menos. E meu noivo foi pra igreja umas 17:30, já que o casamento estava marcado pra 18:00horas. Mas aí minha mãe acertou com minha prima de ela fazer doces, salgados, bolo... e não contou pra gente, rsrsrs . Ela deixou a chave na casa da vizinha, quando todos saíram minha prima entrou, arrumou tudo dentro de casa e começou a fritação de salgados... quando a cerimônia acabou eu vi minha mãe mandando o povo ir lá em casa comer um tira gosto e eu estranhando. Quando chegamos em casa:
Isso foi só o que tinha na mesa. O peru ela cortou todo e realmente virou tira-gosto, mas foi um monte de salgadinho assado e uns fritos na hora deliciosos, todos amaram, todos comeram um monte. Eu tinha esquecido como eram os casamentos que não tinham mesa de antepastos e nem jantar, me lembrei nesse dia como eram ótimos e sem muita burocracia. Até hoje tem salgadinho lá em casa que minha prima fez de mais e acabou não precisando fritar todos. Depois do casamento eu perguntei pra minha mãe quanto custou, ela disse que embora minha prima tenha dito que cobraria apenas o material ela fez questão de pagar o preço normal que seria cobrado pra alguém de fora da família e ficou tudo por uns R$ 2500 (com o bolo). Tudo que foi usado já tinha lá em casa (as bandejas, toalha de mesa...) minha vizinha emprestou umas mesas e cadeiras plásticas e pronto. Quando chegamos em casa eu e meu esposo tomamos um susto vendo a casa cheia de gente e de comida. E pra beber, como era quaresma minha mãe não quis colocar cerveja e tal (também não colocou música muito animada), tinha era muito refrigerante e suco. Meu pai fez suco das frutas lá da roça mesmo, e foi bem engraçado porque nunca vi um casamento em que se serviu suco de cajaranda/cajarana (não sei como chama aí na terra de vocês), suco de maracujá do mato, suco de umbu-cajá... mas no meu teve. E esse bolo estava surreal de bom, e foi ENORRMEEEEE. Minha mãe disse que fez surpresa porque ela sabia que eu gosto de festa mas já estava gastando com o outro casamento e não ia aceitar que fizesse mais uma festa. Nem meu pai soube kkkkkkk
7. DEU CERTO: ME ARRUMAR COM MINHA FAMÍLIA
Aqui deixo claro que, se eu soubesse o tamanho que o casamento seria eu teria muito bem contratado uma maquiadora profissional. Mas, eu não sabia... fiquei de me maquiar sozinha e fui pra casa de minha tia fazer isso. Mas não é que eu gostei do resultado? Minha tia foi, colocou meu véu, me ajudou a pôr o vestido, enquanto isso a gente riu horrores conversando da vida e lembrando que quando eu era criança eu dizia que não ia casar de jeito nenhum porque os homens eram muito infantis (eu até casei, mas não discordo 100% da minha ideia de criança, rsrsr) . Essa tia eu já chamar pro casamento religioso mesmo quando era pra ser bem intimista, temos uma relação ótima.
Agora...
1. DEU ERRADO: AS FOTOS!
Nossa, isso deu muito errado, mas foi sem querer. Como seria algo realmente simples combinamos de não ter fotografo, afinal, seriam 6 ou 7 pessoas, e mesmo que minha mãe o padre tenham nos avisado que chamariam algumas pessoas, estavamos esperando umas 15 mais ou menos e não umas 80. Não contratamos fotografo nem levamos a câmera profissional que a gente até tem em casa e que poderíamos ter dado pra meu primo que sabia fotografia, ou até mesmo minha cunhada que também entende de fotografia profissional tirar umas fotos. Mas ninguém esperava tudo isso. Resultado, temos fotos apenas porque minha cunhada pegou o celular dela e foi tirando quando ela viu que a coisa tinha tomado uma proporção muito maior do que a gente esperava.