Texto: Yago Martins - 2 dedos de teologia
Nosso primeiro apartamento era quente e apertado. Andávamos de ônibus. Só tinhamos grana pra comer no podrão da rua. Nossa cama foi tão barata que só durou dois anos e o catador de lixo não quis levar pra ele. A lua de mel foi aqui no Ceará mesmo. Nada de plano de saúde. Ela era estagiária; eu, pior, seminarista.
As pessoas costumam fazer promessas. Eu peguei na mão da Isa disse: "Eu só posso dar garantias de muito sofrimento. Tem certeza que quer continuar?". Ela quis, e eu cumpri minha promessa. Ela namorava um estudante de contabilidade, mas casou com um missionário que depois se tornou pastor.
Ela passou por todos os sofrimentos secretos da vida ministerial ao meu lado, sorrindo. Passamos muita coisa, algumas que nos deixaram de joelhos aos pés da cama, e Deus sempre nos deu força através do outro.
As pessoas costumam fazer promessas. Quando entramos no minúsculo e quente apartamento que seria nosso lar pelos dois anos seguintes, perguntei: "A gente sempre espera que seja temporário, mas e se essa for nossa vida pra sempre? Se morarmos aqui até morrer, sem progredir em nada, topa mesmo assim?". Eu nunca prometi o mundo, eu nunca prometi Paris, eu nunca prometi conquistas, e ela sempre entendeu que as únicas promessas que importavam eram que nós iriamos permanecer. Esses foram nossos votos: "Eu estarei aqui".
Hoje nós fazemos quatro anos de casados, e daqui a pouco completaremos 10 anos de relacionamento. Não temos carro, não temos casa própria, nunca fizemos uma viagem para fora do país. Deus nos deu várias outras coisas -- casa maior, moto, plano de saúde, uma cama que não fere as costelas --, mas no fim das contas, o que importa é que temos Cristo e temos um ao outro. Sempre será o que faz diferença no final.
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