Olá pessoal, boa noite.
Recentemente li aqui na comunidade um debate falando dos pontos de: por que fazer festa. E amei os pontos colocados, em especial pela forma empática que a pessoa escreveu. Então pensei, por que não fazer um também como os pontos de: por que não fazer festa? Afinal, creio que debate é colocar os pontos para ajudar as pessoas a refletir o que é melhor em cada caso.
Sem mais delongas, aos pontos rsrs
1 - Nunca foi meu sonho. Ao contrário da maioria das mulheres, festa de casamento nunca foi meu sonho. Sempre me imaginei casando na igreja, afinal é a minha fé. Mas nunca me vi fazendo uma festa, da forma que a maioria sonha. Confesso pessoalmente que quando adolescente achava "um desperdício de dinheiro" (que se aplicava a quem fazia festa de 15 anos também). Sempre pensei: com esse valor eu viajo X dias, ainda da pra guardar e comprar coisas que eu quero muito como roupa e sapato, ou mesmo guardar pra minha habilitação (essa sim eu sonhava todos os dias).
Adendo 1 - depois de adulta entendi que sonho é sonho. Na mesma medida que eu me via com a minha habilitação dirigindo por aí ao som de "nas curvas da estrada de Santos" - versão Pitty e Samuel Rosa, tem gente que sonha com uma festa. Então hoje quando me vem na mente "que desperdício de dinheiro", lembro o quanto eu sonhava com minha habilitação. Isso ninguém tira. Lembro do dia como se fosse ontem, de cada sensação. Então a menos que seja o sonho da sua vida, não faça. Ninguém que fala "é estranho não ter festa" paga suas contas.
2 - Não gosto de ser o centro das atenções. Sim, me julguem, eu não gosto de em um evento ser o centro das atenções. Não gosto de "essa festa é sua". Me sinto constrangida, quero sumir. Aniversário por ex eu comemoro com 1 ou dois mais seletos, no trabalho não costumo falar, não faço aué. Pra mim é um dia como outro qualquer. Minha formatura de escola (de faculdade não paguei, me recuso - e nunca me arrependi) só foi paga pq meu pai faz questão dessas coisas. Me arrependi demais, não faria de novo não. Muita briga por convite, uma falsidade do caramba de colegas e por aí vai. Em resumo: acho desnecessário fazer aué com vitórias da vida. Elas são minhas e isso basta.
Adendo 2 - Com o tempo entendi que cada pessoa faz uma leitura das coisas da vida. Uns são como eu, acham que não precisa soltar foguete porque conseguiu algo. Outro acham que devem e ta tudo bem. Portanto, se você acha que é uma conquista que merece ser celebrada, com os pés no chão é claro, mas vá em frente. E se você, como eu, prefere algo mais íntimo, decida com seu amor. Nunca, jamais, saia festejando (e pagando) só "pq meus pais fazem questão" ou "pq meus pais estão casando o/a filho (a). Eles tiveram o momento deles. E se fizer birra, paciência.
3 - Prioridades - Sim, questão de prioridade. Como eu sempre falo, globo (minúsculo mesmo, aquilo não merece status de nome próprio) e hollywood fizeram estragos. Enfiaram na nossa cabeça que a gente "tem que". "Casar tem que ter vestid x" "casar tem que emocionar, com mil pessoas ao redor". Mas o mundo real as vezes é até cruel. Não dá pra ter tudo, ainda mais no nosso país. 90% da população não vive nem no Leblon, nem nos EUA. Então cada escolha uma renúncia. E temos que estar bem com essas escolhas e renúncias. No nosso caso a lua de mel era a prioridade. Por que? Bom, respeito quem diz: tenho a vida toda pra viajar, mas entendo que a vida a dois é bem complexa. O casal pode se planejar, mas nos 45 do 2º tempo o cano de casa pode estourar e pronto, lá vai a grana da viagem. Pq sim, existem imprevistos. Salvo quem já mora junto antes de casar, é mais fácil juntar grana pra uma mega viagem (falo de Europa, EUA, América Latina) morando com os pais que, ainda que ajudemos, não é tudo nas nossas costas. E no nosso caso específico, seremos abertos a vida, ou seja, nada de anticoncepcional, apenas método natural para espaçar os filhos por motivo grave. Então no nosso caso específico, ainda tem a questão de não sabermos, por ex, se eu vou estar grávida. Portanto, quem tem que definir as prioridades é o casal. O que é a prioridade da família de vocês? A expectativa dos demais não importa. Alinhem a expectativa com as possibilidades. Definam o que é prioridade. Isso é bom até para a relação.
3 - A questão familiar - Meus pais são separados. Se falam o básico, e por básico entendam alguma coisa em relação ao meu irmão, que ainda faz faculdade. Não existe isso de "ah mas é algo dos filhos" e sendo sincera, prefiro assim. Até porque a família da minha mãe nunca gostou ou aturou meu pai. E vice versa, minha mãe nunca foi bem quista na família do meu pai. No casamento avisei meu pai: você está convidado, mas a sua esposa não. Ah e ninguém da família dele, salvo minha irmã será convidado (a esposa dele não é mãe da minha irmã, ela é filha do 2 casamento dele). Então se ele quiser ir com a minha irmã na igreja fique a vontade, se não quiser por causa da mulher, lamento mas aí é com ele. Se ele preterir a filha por ela, ele que vai ter que lidar com isso no futuro, não eu (em tempo, minha mãe não casou de novo, nem tem ninguém). Ele demorou a entender isso, como já relatei aqui em outro debate, mas após algumas conversas, entendeu que é a minha dinâmica. Ele entendeu que pra mim não seria motivo de alegria, mas que me levaria de volta as sentimentos que levei tempo para curar.
4 - A questão da lista. Ele é muito bem relacionado. Conhece gente demais. Fora a família dele grande demais e minha família materna (a única que me importa) também. Então lista reduzida não era uma opção. Reduzindo bem, dariam 200 pessoas. E sem chance, pois gastaríamos na base de 70 mil ou mais, mesmo fazendo coisa simples. Igreja é grande, é público. Vai quem quer. Sem stress
Empasse: Tivemos um empasse na hora de decidir: ele gosta de comemorar as coisas. Brinco que a família dele se puder comemora a folha que caiu kkkkkkkk Conversamos e decidimos que depois da igreja vamos a uma pizzaria no famoso "cada um paga o seu". Estou olhando locais com custo benefício e que aceitem vale alimentação por ex. Vamos avisar todos antes. Vai quem quer e pode. Disse a ele que ele tem que ter em mente que alguns por mais que o considerem podem não querer ou não poder ir, e que ele tem que estar ciente disso. Vamos pagar pros pais e padrinhos, os pais dele vão pagar para algumas pessoas. Bem a contragosto aceitei ter uma mesa de bolo pra evitar a fadiga com a sogra pq não to a fim de mais falação na minha cabeça.
No fim, ficou bom pros 2. Está tendo critica? E como. Os pais dele não se conformam (em não ter festa), mas cheguei no meu limite de concessões. Ele vai comemorar e vamos viajar. O custo da viajem não vai dar nem um terço do que seria gasto com uma festa por mais simples que fosse. Vamos juntar grana e posteriormente comprar algo, nesse meio tempo vamos morar de aluguel.
Por fim, quis com esse debate ajudar quem está na dúvida em fazer ou não festa. Listem juntos as possibilidades, definam prioridades, se atentem a realidade de vocês. Se a decisão for: festa não é prioridade nem sonho, não façam por pressão de ninguém.
E pra quem me pergunta: tem medo de se arrepender? Respondo sem medo: nenhum. Talvez por isso esteja sendo tão leve a decisão!