Gente, antes de mais nada eu não sei como funciona a plataforma, eu vi postagens sobre vários assuntos diferentes aqui então eu acho que dá para conversar sobre várias coisas.
Por algum motivo tá na moda discutir quem é prioridade na família, e uma das coisas que a galera fala muito na internet afora é que mãe vira parente depois que o filho casa. Sou filho, e nunca vi sentido em frases do tipo: mãe vira parente depois que o filho casa. E não vejo sentido por dois motivos. Primeiro: sua mãe sempre foi sua parente. Sim, o grau de parentesco é definido primeiro por consanguinidade e segundo juridicamente. Então, não importa se você é um bebê recém-nascido ou um adulto independente com três graduações nas costas, o grau de parentesco com sua mãe sempre foi o mesmo. Segundo, porque parentes são parte da família de qualquer jeito, eles apenas ocupam graus (posições) diferentes na árvore genealógica que compõem a família. Mas entendo que quando as pessoas falam disso, elas estão falando no sentido afetivo. E aí entra o segundo ponto: o fato de você se casar não diminui o afeto que você sente pelos seus pais, então qual é o sentido de deixar de considerá-los como parte da sua família? Sim, quando nós nos casamos, o foco da nossa atenção é para a família que estamos construindo. Qual seria a lógica de casar, ter filhos e viver voltado para seus pais? Mas isso muda o fato deles continuarem sendo sua família também? Por acaso, quando um filho sai de casa para construir a própria independência, a relação de afeto e cuidado mútuo que existe entre os filhos e os pais automaticamente termina ali? Falo por mim. Hoje, nesse exato momento, eu sou um adulto e as responsabilidades que a minha mãe antigamente tinha comigo se acabaram. Mas continuo amando ela da mesma forma que eu amava quando era criança, e ela continua fazendo tão parte da minha família, quanto fazia quando eu era criança. E mesmo que o trabalho, os estudos e talvez um futuro casamento façam com que a atenção que tenho para ela diminua, ela sempre poderá contar comigo e nunca estará sozinha. Afinal, minha relação com ela é para sempre. Mas antes disso, ela me priorizou. Minha mãe era o tipo de mulher que não pensaria duas vezes em pular fora de um casamento se o parceiro dela não me respeitasse. Porque ela sabia que, quando a gente tem filhos, a vida deixa de ser somente sobre a gente, sobre aquilo que nos faz feliz, e é também sobre aquilo que faz bem aos nossos filhos, nossa responsabilidade. E nem por isso ela deixou de viver a própria vida, de ter amizades. Não, ela não se tornou a mãe chata que tenta controlar a minha vida. Pelo contrário, ela sempre me incentivou a ser o mais independente possível. E nunca se meteu em nenhum dos meus relacionamentos. Somente cumpria o seu papel de mãe ao me dizer: tome cuidado com quem você se envolve, uma mulher sem caráter pode prejudicar sua vida. É um mito que mães que priorizam os filhos se tornam mães narcisistas, quem disse isso não faz ideia do que é narcisismo; está na moda falar de narcisismo, né? E sim, se você deixar de viver a sua vida e viver somente para seus filhos, certamente você vai se sentir extremamente amargurada quando eles se tornarem adultos e independentes e existe, sim, a chance de você virar a sogra controladora chata que não consegue cortar o cordão umbilical. Mas desde quando priorizar os filhos é abdicar da própria vida? Se hoje a minha mãe tem um filho disposto a socorrê-la e ajudá-la a qualquer momento, é porque ela fez isso por mim primeiro.
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