Voltei pra contar a segunda parte do stress que foi levar meu vestido para o Brasil. Como contei ontem, sofri muito no desembarque em Guarulhos. Até então, minha única preocupação era como levar ele de Guarulhos a Goiânia, que é a história de hoje.
Infelizmente os aviões que fazem voos domésticos no Brasil não têm armários na cabine. Mesmo que me deixassem embarcar com o vestido, não teria onde pendurar, e eu não estava disposta a dobrar o porta-vestido todo para fazer caber no bin, também conhecido como "compartimento acima de sua cabeça".
Despachar?! Sem chance! Acho que já vi casos suficientes de bagagens extraviadas. E meu marido, que já trabalhou em tudo quanto é buraco da aviação, disse que, em casos de extravio, a empresa paga indenização por peso. Meu vestido pesa menos de 3 kg, ou seja, pagariam uma mixaria se fosse extraviado.
Pensei até em ir de ônibus. Seriam 12h de viagem e poderíamos ir à noite, dormindo. Mas o Thiago me botou medo, dizendo que era perigoso pelo risco de assalto. Depois ele até aceitou, hesitante, mas eu fiquei preocupada e desisti. Melhor não arriscar. Também cogitei alugar um carro, mas eu morro de medo das estradas brasileiras. É muito acidente... Melhor não arriscar (2).
Mas eu tinha um plano: mandar pela Gollog (serviço de cargas da Gol) com seguro. Fácil. Só que não!
Fiz cotações com Latam Cargo e Gollog e, além de ter sido comissária da Gol (consequentemente tenho mais confiança), pesquisei as avaliações no Reclame Aqui, como sempre faço. A Gollog se mostrou a melhor opção, apesar de um pouco mais cara.
Pois bem... lá fomos nós puxando malas e vestido até o terminal de cargas, já que nosso voo para Goiânia seria algumas horas depois. No terminal 1, onde desembarcamos da van do hotel por ficar ao lado do terminal de cargas, não tinha lugar para guardar malas. Mais uma vez o marido estressado, achando que seríamos assaltados. Ok, eu me sinto insegura assim que desembarco em GRU, mas o terminal de cargas era GRUDADO no Terminal 1. Fomos.
Eu já sabia da possibilidade de recusarem o transporte do meu vestido, mas não fiquei pensando nisso.
Perguntei sobre o seguro. Me falaram que eu precisaria de uma nota fiscal eletrônica? WHAAAT?! Gente, meu vestido foi comprado no exterior... óbvio que eu não tinha nota fiscal ELETRÔNICA! Isso é coisa do Brasil. Não tinha como fazer seguro do vestido.
Eu também não tinha uma caixa, mas achava muito óbvio uma empresa de cargas ter caixas de todos os tamanhos disponíveis para compra. Ai ai... sabe de nada, inocente! Óbvio que não tinham. A maior caixa tinha aproximadamente 30 cm de largura. Não caberiam nem os cabides. rs
Sentei, pensei, pensei e pensei mais um pouco. Voltei ao balcão. O funcionário disse que tinha falado com o supervisor e tentariam me ajudar. Colocariam meu vestido num container e cobrariam por peso, não por volume (que seria bem mais caro). Preenchi a papelada, fui até a balança colocar o vestido no container e pesar. O funcionário responsável por essa parte, um amor de pessoa, me assegurou que o container era a forma mais segura e que meu vestido seria bem manuseado e não pegaria chuva nem nada. O peso total foi 15kg, enquanto se cobrassem por volume seria 40kg. Uma bela economia.
Tipo de container usado para o meu vestido (o menor)
Paguei R$121 pelo serviço express, com entrega em domicílio para o dia seguinte. Acredite ou não, para retirar no aeroporto sairia mais caro (R$123). Vai entender...
Fui pra Goiânia, fiz meu teste de maquiagem no dia seguinte e saí com meu marido pra procurar umas coisas. Só relaxei quando voltei pra casa e minha mãe disse que o vestido tinha chegado. Levaram aproximadamente 24h para entregar em casa, em perfeitas condições. Ponto para os funcionários da Gollog por todo o processo!
Finalmente em Goiânia
Fica a dica para quem pretende comprar um vestido no exterior e transportar entre cidades distantes dentro do Brasil.
Apesar de toda a burocracia brasileira, só tenho elogios para todos os funcionários envolvidos nesse stress do vestido. Tanto os da Receita Federal quanto os da Gollog fizeram o máximo que puderam para minimizar meu stress. Tanto se fala de má prestação de serviço no Brasil, mas eu e o Thiago viemos embora com uma ótima impressão.
Como preciso retirar o vestido do Brasil depois do casamento, para levar o vestido de volta para São Paulo vou usar um saco à vácuo e deixar ele bem compacto na bagagem de mão. Já vou ter usado mesmo e vou mandar para a lavanderia para lavar e empacotar numa caixa, então não tem problema amassar.